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Feminino de ninguém

“Havendo um significante —feminino de ninguém— em torno do qual este livro se tece, não há, entretanto, palavra de ordem a mover suas investigações. Há impulso do poema vivo a arejar os textos lidos. Para se chegar a isso, há, evidentemente, rigor. Porque, se o feminino é de ninguém, o percurso que sustenta o significante é próprio, singularmente próprio. Tem corpo e assinatura, como há assinatura dos elementos na pulsação luminosa dos astros. Se sobre esses lugares não se pode ter os pés, não significa que de sua existência não haja escrita. Há pulsação luminosa dos corpos, há ritmo irrepetível, há testemunho e assinatura feminina de ninguém” (Trecho do prefácio do livro, por Erick Gontijo Costa).